Economia

Haddad articula MP para suavizar IOF e elevar arrecadação com nova base tributária

Medida provisória trará mudanças no IOF, taxação de apostas e revisão de isenções

Governo prepara MP para recalibrar IOF e aumentar arrecadação

O governo federal prepara o envio ao Congresso, ainda em 2025, de uma Medida Provisória destinada a recalibrar o decreto que elevou o IOF — Imposto sobre Operações Financeiras — e compensar a perda de arrecadação por meio de novas medidas tributárias.

Haddad articula MP para suavizar IOF e elevar arrecadação com nova base tributária
Medida provisória trará mudanças no IOF, taxação de apostas e revisão de isenções(Fernando Frazão – Agência Brasil)

O anúncio foi feito no domingo (8), pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após reunião com os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre. O objetivo é reduzir o impacto do decreto original e ampliar os recursos públicos sem os efeitos negativos percebidos pelo mercado e pelo Congresso.

Principais pontos da MP

  • Recalibragem do IOF: será reduzida a cobrança fixa sobre risco sacado e limitada a cerca de um terço do impacto do decreto anterior.
  • Tributação sobre apostas (bets): nova alíquota de 18% sobre o Gross Gaming Revenue (GGR), ante os 12% vigentes.
  • Títulos isentos (LCI, LCA, CRI, CRA): passarão a ter alíquota de 5% de IR, rompendo com a isenção atual.
  • CSLL para instituições financeiras: alíquota mínima sobe de 9% para patamares entre 15% e 20%, eliminando a faixa baixa.
  • Redução de renúncias fiscais: meta de cortar ao menos 10% dos benefícios tributários considerados fora da Constituição, que atingem até R$ 800 bi.
  • Revisão de despesas primárias: em paralelo ao tema tributário, haverá interlocução sobre contenção de gastos obrigatórios.

Contexto e negociações

A medida surge em resposta à grande resistência enfrentada pelo decreto original do IOF, editado há cerca de duas semanas, após diversas manifestações contrárias no mercado e no Legislativo. Haddad enfatizou que a MP visa corrigir distorções no sistema de crédito e tributação, e que será apresentada ao presidente Lula na terça-feira (10), após o retorno de viagem à França, antes de ser encaminhada ao Congresso.

O presidente da Câmara, Hugo Motta, declarou que o ambiente no Legislativo estava extremamente adverso ao decreto e classificou a MP como “menos danosa”, mantendo receita de forma mais equilibrada.

Impacto esperado

A proposta busca recuperar parte da arrecadação prevista sem impor a mesma pressão fiscal sobre operações de crédito. A estimativa aponta que o novo decreto incidirá apenas um terço do efeito previsto inicialmente, e a MP compensará a diferença por meio de medidas tributárias mais amplas .


O que observar daqui pra frente

  • Aprovação da MP e do novo decreto será alvo de intensa negociação entre Executivo e Congresso.
  • O impacto sobre investidores e consumidores depende da definição exata das alíquotas e da forma de aplicação.
  • Monitoramento necessário sobre efeitos no mercado de crédito, setor financeiro, segmento imobiliário (por conta de LCI/LCA) e no setor de apostas.

5 1 voto
Avalie o artigo

Se inscrever
Notificar de


0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários

Mais desta categoria

Botão Voltar ao topo
0
Está gostando do conteúdo? Comente!x
Fechar

Bloqueador de anúncios

Não bloqueie os anúncios