Justiça

PGR recomenda policiamento contínuo nas proximidades da casa de Bolsonaro

Medida busca garantir o cumprimento das medidas cautelares impostas durante a prisão domiciliar do ex-presidente

A Procuradoria-Geral da República (PGR) recomendou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o reforço do policiamento nas imediações da residência do ex-presidente Jair Bolsonaro, localizada em um condomínio em Brasília. A medida, segundo parecer enviado ao ministro Alexandre de Moraes, busca garantir o fiel cumprimento das medidas cautelares impostas ao ex-mandatário, atualmente em prisão domiciliar sob monitoramento por tornozeleira eletrônica.

PGR recomenda policiamento contínuo nas proximidades da casa de Bolsonaro
Medida busca garantir o cumprimento das medidas cautelares impostas durante a prisão domiciliar do ex-presidente(Lula Marques – Agência Brasil)

O documento da PGR sugere que a Polícia Federal mantenha equipes de vigilância em tempo integral na região, realizando monitoramento constante, mas com discrição, sem causar transtornos aos vizinhos nem interferir diretamente na esfera doméstica do ex-presidente. O objetivo é assegurar que Bolsonaro não volte a descumprir as determinações judiciais, como ocorreu recentemente, quando foi acusado de se comunicar por intermédio de aliados, o que viola as restrições impostas pelo STF.

A recomendação ocorre após pedido feito pelo deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) à Polícia Federal, solicitando reforço na fiscalização diante das suspeitas de que Bolsonaro ainda articule politicamente com sua base de apoio. O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continua sendo uma figura central nas alianças políticas do bolsonarismo, o que intensifica a vigilância sobre possíveis movimentações estratégicas. A PF também manifestou preocupação com a proximidade da residência de Bolsonaro em relação à Embaixada dos Estados Unidos em Brasília. Autoridades consideram possível, ainda que improvável, uma tentativa do ex-presidente de buscar asilo diplomático, o que adiciona um elemento de urgência ao monitoramento.

Desde o início de agosto, Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar por determinação do ministro Alexandre de Moraes, sob a acusação de reiterado descumprimento das medidas cautelares. Entre as restrições, está a proibição de uso de redes sociais, contato com outros investigados e deslocamentos sem autorização judicial. A decisão foi considerada uma resposta intermediária entre a liberdade plena e a prisão preventiva, e agora a PGR propõe um policiamento preventivo como forma de dar efetividade às determinações judiciais.

O caso ganha ainda mais relevância com a proximidade do julgamento, marcado para 2 de setembro, em que Bolsonaro e outros sete réus serão analisados pela Primeira Turma do STF no processo que investiga uma tentativa de golpe de Estado. A recomendação da PGR se insere nesse contexto como medida de contenção institucional, visando manter a ordem judicial diante de uma figura pública que continua a mobilizar seguidores e a desafiar decisões da Justiça. Ainda não há decisão definitiva do STF sobre o pedido, mas o ministro Alexandre de Moraes solicitou manifestação formal da Polícia Federal, que também é favorável à adoção de uma vigilância discreta e permanente nas imediações.

O cenário indica um tensionamento progressivo entre as instituições brasileiras e o entorno político de Bolsonaro. A presença constante da polícia nas proximidades de sua residência pode representar, mais do que uma simples medida de segurança, um marco na atuação do Estado frente à desobediência de ordens judiciais por autoridades públicas. A decisão final do STF sobre o reforço do policiamento deve estabelecer um precedente importante para casos semelhantes no futuro.

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