ONU: quase 12 mil crianças foram mortas ou mutiladas em conflitos armados em 2024
Relatório revela aumento de 25% nas violações graves a crianças em zonas de guerra, com destaque para assassinatos, mutilações e negação de acesso humanitário
De acordo com o mais recente relatório da ONU sobre crianças em conflitos armados, em 2024 foram registradas 4.676 mortes e 7.291 mutilações, totalizando 11.967 crianças vítimas dessas violações graves. Isso representa uma escalada alarmante em relação ao ano anterior, marcando um aumento de cerca de 25% nas ocorrências.
Além desses números, o estudo aponta ainda 7.906 casos de cerceamento de acesso humanitário, 7.402 crianças recrutadas ou usadas em conflitos, e 4.573 sequestros de menores—indicadores que acendem um alerta sobre a fragilidade da proteção às crianças em áreas de guerra.
O levantamento da ONU confirma que o total de 41.370 violações graves foi o maior já documentado desde o início da série histórica. Entre os países mais afetados estão Palestina e Israel, República Democrática do Congo, Somália, Nigéria e Haiti, onde as situações são consideradas ainda mais críticas.
A especialista da ONU Virginia Gamba, relatora para crianças e conflitos armados, descreveu os dados como “um grito de socorro. Estamos num ponto sem retorno” e apelou por uma resposta urgente da comunidade internacional.
Organizações humanitárias, como a Human Rights Watch, alertam que forças estatais e grupos armados não estatais foram responsáveis por violações, incluindo massacres em escolas e hospitais, além do uso de crianças em combate.
O relatório também destaca que 1 em cada 3 vítimas são meninas, que sofrem com violência sexual, recrutamento forçado e outras formas de exploração. Esse fato reforça a urgência de estratégias específicas de proteção a meninas em zonas de conflito.