Irã dá primeiro passo para fechar o Estreito de Ormuz após ataques dos EUA
Parlamento aprova medida que pode impactar mercado global de petróleo; decisão final depende do Conselho de Segurança Nacional iraniano.
O Parlamento do Irã aprovou neste domingo (22) uma resolução que autoriza o fechamento do Estreito de Ormuz, uma das rotas marítimas mais estratégicas do mundo para o transporte de petróleo e gás. A medida surge como resposta direta aos ataques realizados pelos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas, ocorridos na madrugada do mesmo dia.

Apesar da aprovação no Majlis, o fechamento ainda não é imediato. A decisão final cabe ao Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, órgão presidido por autoridades ligadas diretamente ao líder supremo, aiatolá Ali Khamenei. Segundo fontes oficiais, o conselho deve avaliar os impactos estratégicos da medida nos próximos dias.
A proposta de bloqueio do Estreito de Ormuz representa um dos maiores riscos à estabilidade econômica global nos últimos anos. Cerca de 20% a 30% de todo o petróleo comercializado mundialmente passa por essa estreita faixa de mar entre o Golfo Pérsico e o Mar de Omã. Especialistas alertam para a possibilidade de aumento imediato no preço do barril de petróleo, além de potenciais interrupções no abastecimento energético de diversos países.
O general Esmaeil Kowsari, membro da comissão de Segurança Nacional e Política Externa do parlamento iraniano, afirmou que o fechamento do estreito “está na mesa e será implementado sempre que os interesses nacionais exigirem”. O governo dos Estados Unidos, por sua vez, já classificou a possível ação como um “erro estratégico” que pode isolar ainda mais o Irã no cenário internacional.
Os ataques americanos contra as instalações nucleares de Fordow, Natanz e Isfahan marcaram uma nova etapa na escalada de tensões entre Teerã e Washington. Em resposta, o Irã lançou mísseis contra alvos em Israel e ameaça ampliar as ações de retaliação.
A comunidade internacional acompanha com preocupação os desdobramentos. O Conselho de Segurança da ONU já anunciou a convocação de uma reunião de emergência para discutir a crise no Golfo. Analistas alertam que um eventual fechamento do Estreito de Ormuz pode desencadear uma reação em cadeia no mercado financeiro e aprofundar a instabilidade geopolítica na região.