Trump participa de cúpula da OTAN na Holanda após anunciar cessar-fogo no Oriente Médio
Presidente dos EUA pressiona aliados a aumentarem gastos com defesa e participa brevemente da reunião em Haia; encontro também destaca apoio à Ucrânia
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, participou nesta terça-feira (24) da cúpula da OTAN em Haia, na Holanda, em sua primeira visita ao bloco militar desde seu retorno à Casa Branca. A presença de Trump ocorre logo após o anúncio de um cessar-fogo entre Israel e Irã no Oriente Médio, comemorado como uma conquista diplomática por Washington.

Durante a reunião, Trump reforçou sua cobrança histórica para que os países europeus aumentem os investimentos em defesa. Ele defendeu a proposta de elevar os gastos militares para até 5% do PIB até 2035 — uma meta ambiciosa que foi apoiada por alguns líderes, mas criticada por outros, como o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, que classificou a medida como “desproporcional”.
A cúpula da OTAN reúne líderes dos 32 países-membros e tem como foco o fortalecimento da segurança coletiva e o enfrentamento das ameaças crescentes, especialmente da Rússia. O secretário-geral da aliança, Mark Rutte, declarou na abertura que “não há defesa sem uma indústria militar forte, e não há segurança europeia sem uma forte ligação transatlântica”.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, alertou que a Rússia poderá testar a defesa europeia nos próximos cinco anos e defendeu que as metas sejam alcançadas até 2030. Já Trump, em tom crítico, atacou o comprometimento de países como a Espanha, que atualmente investe apenas 2,1% do PIB em defesa.
Apesar da importância do encontro, a participação de Trump foi breve. Ele chegou para o jantar de gala oferecido pelo rei da Holanda e permaneceu apenas três horas na manhã desta terça-feira para os compromissos oficiais.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também marcou presença no evento, reforçando a aliança com o Ocidente em meio à guerra contra a Rússia. Um encontro entre Zelensky e Trump deve ocorrer à margem da cúpula, segundo fontes diplomáticas.
A reunião em Haia representa uma tentativa de unificar o bloco em um momento de tensão geopolítica e incertezas, com os EUA assumindo um papel de liderança mais assertivo.