Polícia Federal deflagra operações contra fraudes cibernéticas e lavagem de dinheiro
Ações simultâneas nos estados de SC, PR, SP e MA visam desarticular quadrilhas que movimentaram cerca de R$ 210 milhões em atividades ilícitas.
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (20) duas operações simultâneas — Cryptoscam e Wet Cleaning — com o objetivo de desarticular organizações criminosas envolvidas em fraudes cibernéticas, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. As ações ocorreram nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Maranhão, resultando no cumprimento de 26 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de prisão.

Operação Cryptoscam
A Operação Cryptoscam teve início após a denúncia de um furto de US$ 1,4 milhão em criptoativos de um cidadão de Singapura. A investigação revelou uma organização criminosa composta por membros de uma mesma família, sediada inicialmente em Ponta Grossa (PR) e, posteriormente, em Balneário Camboriú (SC). O grupo é acusado de realizar ataques cibernéticos para furtar criptoativos e fraudes bancárias, incluindo um ataque em 2020 que comprometeu 150 contas da Caixa Econômica Federal vinculadas a 40 prefeituras. Estima-se que a quadrilha tenha movimentado cerca de R$ 100 milhões entre 2020 e 2025, utilizando imóveis de luxo, veículos e criptoativos para ocultar os valores ilícitos.
Operação Wet Cleaning
A Operação Wet Cleaning foi desencadeada a partir da prisão de uma mulher considerada uma das maiores estelionatárias do Brasil, suspeita de aplicar diversos golpes contra a Caixa Econômica Federal. As investigações apontam que a organização criminosa utilizava empresas nos setores de construção civil, informática e transporte de cargas para lavar dinheiro proveniente de atividades ilícitas, incluindo fraudes cibernéticas e tráfico de drogas. O grupo teria movimentado aproximadamente R$ 110 milhões em criptoativos.
Ações judiciais e continuidade das investigações
Além dos mandados de prisão e busca e apreensão, a Justiça determinou o sequestro de bens e valores em nome dos investigados, de pessoas interpostas (laranjas) e de empresas ligadas aos grupos criminosos. As investigações continuam com o objetivo de identificar outros envolvidos e aprofundar as conexões nacionais e internacionais das atividades criminosas.