Advogados de Bolsonaro pedem nova suspensão de audiências no STF
Advogados alegam falta de acesso integral às provas e dificuldades técnicas para análise do material disponibilizado pela PF
Advogados de Bolsonaro pedem nova suspensão de audiências no STF
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (23), um novo pedido para suspender as audiências de testemunhas no processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. Os advogados argumentam que não tiveram tempo hábil para analisar o extenso volume de provas disponibilizado pela Polícia Federal (PF), o que comprometeria o direito à ampla defesa.

Segundo a petição, o material fornecido pela PF ultrapassa 40 terabytes de dados e foi disponibilizado apenas no dia 14 de maio, poucos dias antes do início das audiências. A defesa alega que o acesso ao conteúdo tem sido dificultado por problemas técnicos, como a necessidade de descompactação dos arquivos e a ausência de senhas para abertura de determinados documentos. Além disso, os advogados afirmam que a organização das provas nos autos é confusa, o que dificulta a localização de informações relevantes.
Os representantes de Bolsonaro sustentam que, sem o acesso completo às provas, não é possível preparar adequadamente os questionamentos às testemunhas, o que configuraria cerceamento de defesa. Eles solicitam, portanto, a suspensão das oitivas até que seja garantido o pleno acesso ao material probatório.
As audiências no STF começaram na segunda-feira (19) e estão previstas para ocorrer até o início de junho. Ao todo, 82 testemunhas devem ser ouvidas, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, todos indicados pela defesa de Bolsonaro.
O ex-presidente é réu no processo que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Ele é acusado de cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado.