Três ministros do STF escapam de sanções, mas oito têm vistos suspensos nos EUA
Nunes Marques, André Mendonça e Luiz Fux não estão na lista de sanções; Marco Rubio anunciou revogação de vistos como retaliação a decisões judiciais
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira (18) a revogação dos vistos de entrada de oito ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) — uma retaliação medida como resposta às decisões contra Jair Bolsonaro —, mas três magistrados ficaram de fora da sanção. Conforme divulgou o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, terão vistos suspensos os ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Gilmar Mendes.

Em contrapartida, Nunes Marques, André Mendonça e Luiz Fux foram poupados da medida. A decisão foi justificada pela Casa Branca como uma resposta ao que chama de “caça às bruxas política”, desencadeada após medidas como a imposição de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Bolsonaro por Moraes.
A ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) criticou duramente a retaliação, classificando-a como “agressiva e mesquinha” e acusando Bolsonaro e seu filho de conspirarem “contra o nosso país”. Internamente, o STF já ironizava a hipótese de sanções aos magistrados, após brincadeiras feitas em novembro do ano passado, quando os ministros previam quem poderia ser punido caso Trump voltasse à presidência.
A reação dos EUA chega na esteira de tensão diplomática intensificada com as recentes ameaças de tarifas sobre produtos brasileiros e manifestações de Trump em defesa de Bolsonaro ‑ “vem aí um tarifaço” ‑ após o ex-presidente ser alvo de medidas legais no Brasil.