Fiocruz lança ferramenta gratuita para monitorar marketing de substitutos do leite materno
Apresentada na Assembleia Mundial da Saúde, tecnologia de código aberto visa proteger o aleitamento materno de práticas comerciais abusivas
Fiocruz lança ferramenta gratuita para monitorar marketing de substitutos do leite materno
Apresentada na Assembleia Mundial da Saúde, tecnologia de código aberto visa proteger o aleitamento materno de práticas comerciais abusivas
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançou uma nova ferramenta digital para monitorar e denunciar práticas de marketing abusivas relacionadas aos substitutos do leite materno. O recurso foi apresentado nesta semana durante a 77ª Assembleia Mundial da Saúde, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra, na Suíça.

Desenvolvida pela Inova Fiocruz em parceria com o Programa Ibero-Americano de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento (Cyted), a tecnologia é gratuita, de código aberto e voltada para governos, instituições e usuários em geral. Seu objetivo é fortalecer a proteção ao aleitamento materno e promover uma alimentação saudável para bebês e crianças pequenas, conforme diretrizes da OMS.
O sistema permitirá identificar, em tempo real, conteúdos de marketing digital — como anúncios e postagens patrocinadas — que promovem fórmulas infantis, mamadeiras e outros produtos considerados substitutos do leite materno. A análise será baseada em palavras-chave, imagens e hashtags, com apoio de inteligência artificial e aprendizado de máquina.
Segundo a pesquisadora Ana Paula Bortoletto, coordenadora da iniciativa, a ferramenta representa um avanço na vigilância digital da violação do Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno. “Com ela, será possível gerar evidências sobre estratégias de marketing que afetam decisões familiares e políticas públicas”, afirmou.
O uso indevido da publicidade desses produtos é uma preocupação mundial, já que pode influenciar negativamente a amamentação e aumentar riscos à saúde infantil. No Brasil, o aleitamento materno exclusivo até os seis meses é recomendado pelo Ministério da Saúde, sendo apoiado por legislações como a Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes (NBCAL).
A expectativa da Fiocruz é que a ferramenta seja adotada por outros países e ajude na construção de uma base global de dados sobre práticas irregulares nesse setor.







