Moraes rejeita pedido de Bolsonaro e mantém delação premiada de Mauro Cid
Ministro do STF considera improcedente tentativa de anulação baseada em supostas mensagens atribuídas a ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, negou nesta terça-feira (17) a solicitação da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para anular o acordo de delação premiada de Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens da Presidência. A iniciativa surgiu depois da divulgação de conversas atribuídas a Cid, publicadas pela revista Veja.

Os advogados de Bolsonaro argumentaram que as mensagens — supostamente trocadas via Instagram — revelam falta de voluntariedade ou coerência, o que, segundo eles, comprometeria a credibilidade do depoimento. Ainda assim, Moraes rejeitou o pedido, ressaltando que “o atual momento processual é absolutamente inadequado” para um requerimento dessa natureza.
A decisão ocorre poucos dias após Moraes ordenar que a Meta compartilhasse os dados dos perfis mencionados, como parte das investigações sobre possíveis vazamentos — medida que reforça o escrutínio sobre a autenticidade dos diálogos atribuídos a Cid.
Cid havia negado conhecer os perfis e sustentou, em depoimento ao STF, que utilizou as redes como “desabafo a amigos”, não como comunicação oficial de delação. O conteúdo divulgador, com linguagem inconsistente, reforçou o entendimento da defesa de que as mensagens podem ser falsas.
A manutenção da delação garante que Cid continue colaborando no processo que apura uma suposta tentativa de golpe em 2022 — assunto que envolve outros investigados, como o general Braga Netto — que será ouvido em acareação promovida pelo STF.