Política

PSOL aciona STF para anular decisão do Congresso que derrubou decreto do IOF

Partido argumenta que Congresso extrapolou suas competências ao sustar medida do Executivo e pede liminar para restabelecer decreto presidencial.

O PSOL ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Congresso Nacional que derrubou um decreto do governo federal sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A legenda pede uma liminar para suspender os efeitos do decreto legislativo e restabelecer o texto original assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

PSOL aciona STF para anular decisão do Congresso que derrubou decreto do IOF
Partido argumenta que Congresso extrapolou suas competências ao sustar medida do Executivo e pede liminar para restabelecer decreto presidencial(Divulgação-Marcello Casal Jr-Agência Brasil)

O Decreto nº 12.499/2025, editado em junho pelo Executivo, elevava as alíquotas do IOF em determinadas operações financeiras. No entanto, a medida foi anulada pelo Congresso em votação expressiva nas duas casas legislativas — a primeira desde 1992 a revogar um decreto presidencial dessa natureza.

Para o PSOL, o Congresso extrapolou os limites previstos no artigo 49, inciso V da Constituição, que permite ao Legislativo sustar atos do Executivo apenas em caso de “exorbitância do poder regulamentar”. Segundo o partido, esse não foi o caso, já que a alteração nas alíquotas do IOF respeita a legislação vigente e se insere na competência do Executivo de formular política fiscal e monetária.

O partido também argumenta que a derrubada da medida gera insegurança jurídica, ameaça a estabilidade da arrecadação e pode incentivar uma série de litígios no setor financeiro. Na ação, o PSOL afirma que a suspensão do decreto traz um “risco institucional elevado” e compromete a autonomia do Executivo em matéria tributária.

A ADI foi distribuída ao ministro Gilmar Mendes, que será o relator do caso, embora o PSOL tenha solicitado que a ação fosse analisada por Alexandre de Moraes, que já analisa outro processo relacionado ao tema.

O governo federal, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), também estuda entrar com uma ação no STF para questionar a decisão do Congresso. Parlamentares da base aliada criticam a judicialização do tema e temem um agravamento da tensão entre os Poderes.

Ainda não há previsão para a decisão sobre a liminar solicitada pelo PSOL.

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