Bira Presidente, referência do samba e do Fundo de Quintal, morre aos 88 anos, no Rio
Bira, sambista e pandeirista referência falece após complicações de câncer e Alzheimer
Rio de Janeiro – O samba perdeu uma de suas maiores referências históricas. Aos 88 anos, Ubirajara Félix do Nascimento, o lendário Bira Presidente, faleceu na noite de sábado (14), no Hospital Unimed Barra da Tijuca, vítima de complicações decorrentes de câncer de próstata e Alzheimer.
Natural da Zona Norte do Rio, Bira foi idealizador e fundador do bloco carnavalesco Cacique de Ramos, em 1961, além de ter sido um dos criadores do influente grupo musical Fundo de Quintal, surgido nas rodas de samba do subúrbio nos anos 1970.
Legado cultural
Instrumentista icônico, Bira promoveu revoluções no samba ao apresentar novas formas de tocar o pandeiro em sintonia com a percussão do grupo, marcando fortemente o estilo musical que conhecemos hoje.
Sua trajetória foi reconhecida em 2015 com a Medalha Pedro Ernesto, honraria do Legislativo carioca, e foi tema do livro e filme O Patuá Tamarindo, além de ter sido celebrada em desfiles carnavalescos e homenagens no Rio de Janeiro.
Repercussão e homenagens
O comunicado oficial do Cacique de Ramos e do Fundo de Quintal destacou que Bira “construiu uma trajetória marcada pela firmeza, pela ética e pela contribuição inestimável ao samba e à cultura popular brasileira”.
Artistas, colegas e admiradores lamentaram publicamente sua partida. Frases como “uma das maiores lendas do samba” e “seu legado ecoa até hoje em gerações de músicos” foram destaque nas redes sociais e em veículos especializados.
Trajetória e conquistas
- Nascimento: 23 de março de 1937, no Rio de Janeiro
- Fundação do Cacique de Ramos: janeiro de 1961, bloco que se tornou patrimônio cultural do Rio
- Núcleo do Fundo de Quintal: a partir de 1978, ao lado de Ubirany, Sereno, Almir Guineto, Jorge Aragão e outros, popularizando o samba de subúrbio
- Reconhecimento: mais de 30 discos, prêmios como Grammy Latino e status de precursor inigualável do pandeiro moderno
Despedida e lembrança eterna
Bira deixa duas filhas, dois netos e uma bisneta, além do imenso legado cultural que transformou rodas de samba em patrimônio nacional. Até o momento, não há detalhes sobre cerimônia de despedida ou local do velório, mas as homenagens já se espalham pelos meios de comunicação e rodas de samba por todo o país.
