Justiça

Moraes ameaça prender Aldo Rebelo por desacato durante audiência no STF

Ex-ministro foi repreendido ao tentar relativizar declaração de almirante acusado em ação sobre tentativa de golpe

Durante uma audiência no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (23), o ministro Alexandre de Moraes ameaçou prender por desacato o ex-ministro da Defesa e ex-deputado federal Aldo Rebelo. Rebelo foi convocado como testemunha de defesa do ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, réu na ação penal que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado no final de 2022.

Moraes ameaça prender Aldo Rebelo por desacato durante audiência no STF
Ex-ministro foi repreendido ao tentar relativizar declaração de almirante acusado em ação sobre tentativa de golpeAntonio Augusto – STF)

O episódio ocorreu quando Rebelo tentou relativizar uma declaração atribuída a Garnier, que teria afirmado estar com as tropas “à disposição” do então presidente Jair Bolsonaro. Rebelo argumentou que a expressão poderia ser interpretada como uma “força de expressão” da língua portuguesa. Moraes interrompeu o depoimento e questionou se Rebelo estava presente na reunião em que a frase foi dita. Diante da resposta negativa, o ministro afirmou:

“Então, o senhor não tem condições de avaliar a língua portuguesa naquele momento. Atenha-se aos fatos.”

Rebelo respondeu que não admitia censura, ao que Moraes retrucou:

“Se o senhor não se comportar, o senhor vai ser preso por desacato.”

Após o momento de tensão, o depoimento prosseguiu normalmente. Rebelo afirmou que um comandante da Marinha não teria condições de mobilizar efetivos navais por decisão unilateral, pois seria necessário consultar toda a cadeia de comando. Moraes, no entanto, rebateu o argumento, citando o golpe militar de 1964 como exemplo de ação sem consulta à cadeia de comando.

A audiência faz parte da ação penal que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil em 2022, na qual oito réus compõem o chamado “núcleo 1” da trama golpista. Entre os dias 19 de maio e 2 de junho, o STF ouvirá testemunhas indicadas pela acusação e pelas defesas dos acusados. Após essa fase, os réus, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, serão convocados para interrogatório.

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