Política

Judicializar IOF pode isolar ainda mais o governo Lula, alerta analista político

Especialista aponta que recorrer ao STF para reverter decisão do Congresso sobre IOF pode desgastar ainda mais a relação do Planalto com o Legislativo

O governo Lula avalia recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão do Congresso Nacional que derrubou o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida, no entanto, pode aprofundar ainda mais o desgaste do Palácio do Planalto com o Legislativo, segundo alerta o analista político Cristiano Noronha, vice-presidente da consultoria Arko Advice.

Judicializar IOF pode isolar ainda mais o governo Lula, alerta analista político
Especialista aponta que recorrer ao STF para reverter decisão do Congresso sobre IOF pode desgastar ainda mais a relação do Planalto com o Legislativo(Fabio Rodrigues-Pozzebom-Agência Brasil)

“A relação entre o Executivo e o Congresso já está fragilizada. Se o governo insistir em dobrar essa aposta e tentar reverter via judicial uma decisão tomada pelo Congresso, essa relação vai ficar muito mais difícil”, afirmou Noronha.

A proposta de judicialização divide opiniões dentro do próprio governo. Enquanto uma ala defende o recurso com base em prerrogativas institucionais, outra teme que a atitude provoque reações negativas e prejudique a articulação política em outras pautas importantes.

Parlamentares do Centrão também já se manifestaram contra a iniciativa, indicando que uma nova ofensiva judicial pode levar a novas derrotas no Congresso, justamente num momento em que o governo tenta garantir apoio para projetos econômicos e ajustes fiscais.

A derrubada do aumento do IOF se soma a uma série de impasses entre os Poderes. O governo federal busca aumentar a arrecadação para cumprir metas fiscais, enquanto congressistas pressionam por medidas que aliviem o bolso do cidadão, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

Para o cientista político, a melhor alternativa seria investir em diálogo e reconstrução da confiança com o Congresso. “O governo precisa cumprir os acordos já firmados, reduzir as críticas públicas aos parlamentares e ouvir mais as sugestões da Casa”, concluiu Noronha.

O episódio do IOF expõe o frágil equilíbrio entre Executivo e Legislativo e antecipa o clima de tensão que deve marcar os debates econômicos no período pré-eleitoral de 2026.

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